Por já ter falado em charadas
anteriormente, existem umas antigas, talvez apenas conhecidas dos mais velhos.
Nessas, segundo Sr. Nininha, diz-se a charada, depois o conceito. O que seria o
conceito? Nada mais é do que um complemento para nortear o ouvinte, a fim de
que este consiga decifrar tal quebra-cabeça. Assim, geralmente tal conceito se
resume a dizer a quantidade de sílabas existente em cada parte que compõe a
resposta. Vamos a um exemplo:
“No pé de parreira eu avistei. Uma e duas.”
(autoria de Sr. Nininha). Complicado? Não para quem tem a prática e já é
afeiçoado com esse tipo de charada. Se eu “avistei”, então eu vi. “Parreira” é uma videira, que dá
uva. Então o que avistei foi uva.
Juntando as partes vi+uva = viúva. Está correto? Para ver se está correto ou se
faz sentido, verificamos se se encaixa no conceito que foi dado: O conceito foi
“uma e duas”, ou seja, a primeira parte tem uma sílaba, enquanto que na segunda
parte são duas. Observe que realmente a primeira parte tem uma sílaba e a
segunda contém duas.
Há uma de autoria desconhecida,
contada por Francisco Santana. A charada é: “Doce, duro e doce. Uma e duas.” O
raciocínio para encontrar a resposta é: o que pode ser doce, com uma sílaba? Mel. O que pode ser duro com duas
sílabas? Dentre todas as opções suponhamos que seja aço. Novamente doce, pode ser melaço.
Eis a resposta: melaço.
Outra do Sr. Nininha: “Não durmo
em Lençóis porque tenho pressa. Duas e três.” A resposta é: se não durmo,
então eu velo. Lençóis é uma cidade, então velocidade é a resposta.
Uma de autor desconhecido: “O
maior e o mais delgado dos irmãos é um viciado. Uma, duas e duas.” A resposta
é: “o maior” = mor; “o mais delgado” = fino; “irmãos” = mano. Juntando tudo:
morfinómano (substância que vicia). Observe que se encaixa no conceito dado
relacionado à quantidade de sílabas de cada trecho: mor, uma sílaba; fino e
mano duas sílabas cada.
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