domingo, 27 de abril de 2008

Inteligência e Engano do Veado da Caatinga

Instinto ou inteligência? Tire suas conclusões.


Alguns animais tem como arma de defesa seu olfato. O veado da Caatinga e Cerrado é um desses bichos que usa a corrente de ar transportadora do "cheiro do perigo". Ao farejar a hostilidade, salta numa carreira para algum lugar distante e seguro. Mas o que ele faz se percebe que está sendo perseguido por um predador, que usa ironicamente de seu cheiro deixado em seu trajeto de fuga?
Relatos provenientes do Cerrado do Brasil, onde a caça, constitucionalmente ilegal, tem sofrido ineficiente ou nenhuma forma de coerção, testifica:

O uso de cachorro nas caçadas é conveniente do ponto de vista norteador: primeiro porque persegue a caça pelo seu faro desenvolvido; depois porque ao ganir (emitir sons característicos durante a perseguição), orienta o seu dono a respeito de suas posições atuais, o que permite a tomada de posições estratégicas, "o pulador", com própositos de tocaia do bicho.
O animal em fuga sabe que está sendo perseguido pelo cão somente por causa dos vestígios inevitáveis que ele mesmo deixa (o cheiro) e que acabam por marcar seu itinerário por entre os arbustos ou matas, e que orientam a perseguição. Sabe também, a todo instante, a posição do cachorro, pois que esse não o persegue em silêncio. Aí entra a arte de defesa, chamada pelos rurais de "engano". Assim se dá, segundo contam:
Ao se afastar do perseguidor de uma distância razoável (até um quilômetros, as vezes), e com uma estimativa do tempo que este levaria para o alcançar na marcha normal dos acontecimentos, sem perda de tempo, o veado volta por cima de seus próprios vestígios recentes por uma distância que varia entre vinte a cinquenta metros, dependendo do grau de segurança nesta operação. Após este momento crucial, o fugitivo salta em grande pulo à perpendicular, evitando ao máximo deixar seu cheiro por sob esse trajeto aéreo. Feito o pulo (dito em até três metros de comprimeto em projeção), continua sua carreira para distante do perseguidor.




O cachorro que seguia fiel farejando, chega ao local onde o engano se dera e depara com o fim dos vestígios. Caça literalmente em seu entorno (círculo menor da figura) mas não encontra mais pegadas, acabando por desistir da perseguição. Acontece ainda, que, para certificar-se de que o cão fora despistado, o veado tem o cuidado de repetir pelo menos mais uma vez o "engano", somente a partir do qual pode deitar e descansar-se em segurança.
Descanso atento, porém. Segundo acrescenta em seus causos os interioranos, "o cachorro bom de caça tira engano": ao deparar com o fim da picada, o cão, de natural experiente, já sabe como proceder para reencontrar os vestígios: investiga a área do círculo maior, e intercepta novamnete as marcas deixadas.
A essa altura, certamente, já não nos preocupamos em responder à pergunta: "instinto ou inteligência". Procupamos, sim, com com a destruição das matas do Cerrado, que encurrala a fauna e subtrai suas condições de sobrevivência. As atividades primitivas do homem roceiro, em sua simplicidade, não extinguiria uma espécie. O mesmo não podemos dizer das "queima de calvão" e das grandes pastagens.
Mas o "engano" não deixa de ser uma obra de inteligência da Natureza. - Rutinaldo

sábado, 12 de abril de 2008

O raio da Terra pela sombra solar

Você, cidadão do século XXI, seria capaz calcular hoje o raio da Terra? Há mais de dois mil anos isso se tornava possível. O que para a época significava grande avanço científico hoje não passa de bê-a-bá.
Com alguns conhecimentos mais antigos tais como de que os raios solares devido à grande distância até a Terra seriam paralelos; e com base nos conhecimentos recente da Trigonometria, por volta do ano 200 a.c Eratóstenes calculou o raio da "esfera" terrestre, sua real dimensão, mostrando ao mundo o quanto do planeta ainda havia para ser explorado por aquelas civilizações.
A medição em si, não é complicada, salvo por envolver uma medida entre dois pontos distantes da superfície da Terra, que para a época era um mundo de incertezas. Ao investigar textos mais antigos Eratóstenes soube que em um determinado lugar da terra ao meio dia, um bastão na vertical não fazia sombra, enquanto que em outro local afastado onde se encontrava o astrônomo uma sombra era produzida pelo sol naquele dia ao meio dia local. (Veja figura)

Estando os mencionados bastões aprumados significa que seus prolongamentos passam necessariamente pelo centro (o) da Terra, onde se cruzam. Além disso, a sombra gerada pelo segundo bastão é devido à esfericidade do planeta e não devido a posição da luz, visto que os raios são paralelos por esta provir de muito longe. Assim, quanto maior a curvatura, maior será a sombra, e se não fosse curva a superfície obviamente as sombras, se houvessem, seria iguais. A escolha do horário de meio dia, também não é por acaso: nesse exato momento o Sol está sobre o meridiano que liga o Norte ao Sul do bastões considerados. O passo genial foi o uso de conhecimentos simples e elementares da Trigonometria para calcular o ângulo central (a) formado pelo prolongamento dos bastões. Dessa forma, o comprimento C da circunferência teria 360°/a arcos (S) iguais àquele. O comprimento do arco corresponde à distância na superfície da Terra entre os dois marcos; distância essa que deve ser conhecida. A distância terrena usada foi de 800 quilômetros, obtendo-se um ângulo de sete graus e meio.
Ora, até agora calculamos o comprimento C da circunferência, mas não é o raio que realmente importa? Não. Queriam a noção sobre a dimensão de seu mundo explorável e esse comprimento já é assaz norteador. Mas usando C = 2.pi.r, facilmente chegaram ao raio. Para tanto, usaram os conhecimentos de Arquimedes, que tivera como uma de suas façanhas expressar o núnero pi com razoável precisão, um grande salto para uso na mecânica aplicada.
São, como se nota facilmente, cálculos simples, mas a maestria está no raciocínio desenvolvido com a Matemática para agregar conhecimento para a evolução científica. Procedimentos análogos para essa medição se fazia também com observações de ascenções estelares. Não menos interessante era o cálculo de latitude por meio do Sol nos equinócios ou da Estrela Polar e Cruzeiro do Sul. Tudo isso há mais dois séculos antes da era cristã. - Rutinaldo

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A que se presta a Filosofia


Dentro dos campos da Ciência e da Religião não há espaço para a Filosofia. A conceituação e indagação a repeito dessas duas áreas, no entanto, é o seu papel precípuo. A própria Ciência não faz reflexões sobre sua natureza. A Religião, tampouco. Entra em cena, então, de forma automática, o pensamento crítico a respeito da razão e da fé, qualificando-os, interpretando as suas implicações em torno da existência. A esse ramo do conhecimento chamamos Filosofia. Por ser assim, ela segue as outras duas áreas, ou mais precisamente a Ciência, por esta ser mais evolutiva. Mas por si mesma a Filosofia não evolue: carece de experimentação e não tem propósitos de acurácia e sistematização. Filósofos, de modo geral, repudiam o materialismo e se apegam a sentidos vagos, imbuídos das superstições dos pensamentos antigos. Não é no entanto a Filosofia algo que existe hoje somente por ter existido no passado: refletir sobre os sistemas de coisas, suas finalidades possíveis e razões de ser é um campo sempre atual, de grandes entraves, usando da Ciência e da Religião como sendo suas ferramentas imprescindíveis para a compreensão da nossa existência. - Rutinaldo

sexta-feira, 4 de abril de 2008

A Fé constrange cientistas.


Os cientistas, ou homens da ciência, não se sentem à vontade para discorrer sobre a fé religiosa. Isso é causado, sobretudo, pela incoerência grosseira existente entre as duas áreas que se encontram tão distintas: a Ciência e a Religião. Tais homens, tão ligados ao embasamento racional, não vêem fatos ou fenômenos senão com o olhar crítico da experimentação. Os religiosos embasados na Fé, por outro lado, esquivam-se milagrosamente com a convicção de que a Ciência se prestará tão somente a buscar a Verdade, que, acreditam, já se encontra entre nós, porém necessitando da Fé para sua aceitação. Adimitir a fé religiosa, é, aos olhos da Ciência, negar o sentido da razão, e essa última é a "alma" do homem racional. Essas duas área do conhecimento seguem em divergência, e a cada dogma desmistificado põe a Fé em situação difícil, levando os fiéis a formularem mais interpretações em suas bases. São porém, estes, sabedores de sua autosuficiência e de sua inquebrantável magnitude, justamente porque a Ciência, se por um lado não a aprove, por outro não a pode negar em absoluto. Conquanto tenha sido fácil para religiosos convencerem-se da veracidade da Verdade científica, na Verdade revelada pela Fé não tem havido incrementos de credibilidade pela sociedade científica. Sabem, porém, que aqueles que vivem da Fé experimenta uma sensação de auto-realização pelo fato de depositarem suas interrogações e anseios numa entidade sobrenatural.
Nesses contratempos, o "orgulho do cientista" sobressai-se por deixar de ser a Fé hipótese necessária à Ciência, conferindo a esta um ar de superioridade. Assim, enquanto não há a convergência, apregoada na Religião, ou a dissecação total (ou a exterminação) pretendida pela Ciência, o jogo da Fé versus Razão perdurará. Entretanto é certo dizer que a Religião não pode negar as verdades ciêntíficas, enquanto que o contrário estaria ocorrendo se a Fé não residisse em um ponto fixo, central e inatingível. Sabemos pois, que a Verdade pela Fé não compõe-se de um somatório de pequenas parcelas, pois se assim o fosse esta estaria em processo de degradação continua. (RTC= Rutinaldo)

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